sexta-feira, 12 de julho de 2013

O cheiro a livro novo - Julho de 2013




Enquanto algumas editoras aproveitam esta altura do ano para irem a banhos, presenteando os leitores com a ausência de novidades ou com novidades ao bom estilo silly season, há quem continue a editar com qualidade, apesar do Verão.

A Relógio D’Água tem tido um ano em cheio, com uma sucessão alucinantes de livros imperdíveis. E em Julho será igual. Para já, estão a chegar às livrarias “animalescos” de Gonçalo M. Tavares e uma nova edição de “Mensagem” de Fernando Pessoa. Porquê uma nova edição de um livro já bem presente no mercado? Porque esta edição conta com a edição de Teresa Sobral Cunha, uma especialista em Pessoa que fez um trabalho notável na edição, também da Relógio D'Água, de “Livro do Desassossego”. Se isso não chegar, há ainda o prefácio de Prémio Camões Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores portugueses da actualidade. Mais argumentos? É da Relógio D’Água, e se há uma máxima na minha vida literária que defendo é que tudo o que a Relógio d’Água faz, faz bem.

Para além destes 2 livros, a Relógio D'Água continua com a publicação da obra completa de Shakespeare (projecto de que em breve vos quero falar), desta feita publicando os 2 volumes de “Henrique IV”, não esquecendo também a obra completa de Nabokov, complementada com 2 das principais obras do autor: “Lolita” e “Pnin”. E para rematar, ainda vão publicar mais livros, entre os quais “História Imortal” de Karen Blixen, a autora de “África Minha”.

A Cavalo de Ferro promete para dentro em breve a publicação de “Paraíso e Inferno” de Jón Kalman Stefánsson, mais um nome cimeiro da literatura nórdica a figurar no seu catálogo. Enquanto isso, a Antígona, fiel à sua postura irreverente, já fez chegar às livrarias “Singela Proposta e Outros Textos Satíricos“ de Jonathan Swift (mais conhecido por ser autor de “As Viagens de Gulliver”), sendo que a singela proposta parece ter algo a ver com a degustação de crianças…

Destaque também para a continuação da reedição das obras de Isabel Allende pela Porto Editora, recuperando os títulos editados pela Difel que entretanto desapareceram do mercado, sendo a vez de “De Amor e de Sombra”, “Contos de Eva Luna”, “Retrato a Sépia” e “A Soma dos Dias”. Não podendo deixar de mencionar também a corajosa escolha da Divina Comédia, que se estreia nos clássicos da literatura universal com “História da Minha Vida” de Giacomo Casanova, após uma eclética selecção de obras portuguesas.

A Civilização, para além do muito premiado "O Livro Negro" Hilary Mantel, expande a colecção Novos Clássicos (que concilia os preços em conta, com um design muito apelativo), com principal destaque para a publicação de "História de Duas Cidades" de Charles Dickens, "Os Maias" de Eça de Queirós e "Viagens na Minha Terra" de Almeida Garrett.

Para os fãs de não ficção, a Edições 70 tem uma proposta muito interessante: “As Cruzadas Vistas Pelos Árabes” de Amin Maalouf. Podem chamar-me etnocêntrico, mas a verdade é que nunca tinha pensado criticamente sobre as Cruzadas e de facto, pondo-nos no lugar dos árabes, haverá certamente muitos episódios dignos de nota e não pelas melhores razões.

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